Galeiros do Sul





Poema do Galeiro

Foi um tempo mais antigo,
Um menino de bicicleta que avistou uns motoqueiros.
Lionette, Jawa e Lambreta fascinavam o curioso olhar.
Passou então a sonhar,
fazendo da bicicleta, um barulho pra andar.

Foi crescendo apaixonado até que um dia escutou...
Era um ronco forte e firme, uma galo que passou.
Foi torcendo o pescoço acompanhando a estradeira,
se encantou igual marujo com um canto de sereia.

Maior do que um simples sonho e muitos anos para poupar,
as barbas lhe apareceram e os anos olhando passar.
Yamaha, Suzuki ou Honda, motoqueiro se tornou.
Não tinha mais esperança, mas não parava de sonhar,
acertar na loteria pra uma galo comprar.

A experiência da estrada alongou sua visita.
De motoqueiro, passou logo a motociclista.
A galo já era antiga, mas o ronco ainda forte nas veias do coração.

Foi ai que em certa hora, na cama bem abafada,
Ouviu conhecido barulho ao fundo daquela estrada,
Eram os Galeiros do Sul riscando a madrugada.
Levantou de sopetão que fez bater seu coração,
Uns malucos se cruzando feito estrelas rente ao chão.

Não pôde mais se conter.
O dia amanheceu, sorveu seu chimarrão e não mais se aguentou.
Pegou o rumo da rua e uma galo comprou.
Não podia ter a tal dívida, mas quase tudo financiou.

Hoje orgulhoso, com seu brasão na jaqueta e uma paixão infinita,
Fez o sonho de menino transformar sua vida.
Quando a galo mostra o ronco faz até uma oração,
Sou Galeiro com orgulho,
Sou Raça por Opção.

Galeiro Apaixonado


(Heverton Tambellini/Olmes Rodrigues da Silveira)

 

 

 

 

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